Grupo C- Controle de Qualidade relacionados a Assistência
Etapa II – Planejamento e Ideação
Juliana Alves da Silva
Karla Azevedo da Mata
Natali Portela Araújo
Renan Andrade Martini
Rodrigo Souza Pinheiro da Costa
Rosana Sheila Muccillo
Sara Karoline Rodrigues de Sousa.
Silmara Brito dos Santos
Um dos problemas abordados em nosso brainstorm
foi o déficit de atualizações dos profissionais de saúde. Sabe-se que uma
educação continuada e permanente é muito importante nessa área para ampliar
cada vez mais a competência dos mesmos, pois a cada dia surgem conhecimentos,
tecnologias e informações novas. Porém, a carga horária exigida pelo ambiente
de trabalho pode levar a um contínuo esgotamento físico e psicológico,
dificultando a realização de cursos de atualização de qualquer tipo. Outra barreira
nítida são os preços elevados dos já mencionados cursos. Problemas como estes
poderiam ser solucionados pelos próprios hospitais onde atuam os profissionais,
com a realização de cursos, palestras e aulas, além de escalas alternadas onde
o profissional fosse liberado uma vez por semana para cursar em ambiente
externo, descontos e convênios com institutos de ensino. A partir desta
estratégia, ambos os lados seriam beneficiados.¹
Outro problema
citado foi à falta de motivação dos profissionais que estão cada vez mais
saturados, dando o melhor de si e não sendo devidamente reconhecidos. Um
indivíduo desmotivado pode cometer erros, gerando complicações para si e para
aqueles que cuida, ao invés de desempenhar o melhor que tem a oferecer. Um
ambiente acolhedor; profissionais qualificados para realizar avaliações
psicológicas; reuniões para discutir a comunicação e melhorias do trabalho em
equipe; palestras motivacionais; premiações e bonificações; todas estas são
estratégias simples de serem implantadas e que poderiam otimizar a atuação
profissional de trabalhadores em ambientes hospitalares.²
Segundo
Moreira (³) empregados motivados e valorizados pelas suas empresas atraem
outros bons e motivados profissionais, são mais comprometidos com os resultados
e com a organização do setor, buscam sempre melhores qualificações, são ativos
e, acima de tudo, querem o melhor para o seu setor de trabalho, pois sabem que
o seu futuro dependerá dos seus esforços.
Para
Lima (⁴) ao
mesmo tempo em que a falta de motivação tem a possibilidade de causar
desestruturação na organização do trabalho da enfermagem, a mesma funciona como
uma mola propulsora que impele o homem a buscar uma melhor execução de seu
trabalho. Dessa
maneira, a motivação é tida como uma ferramenta importante para o
desenvolvimento das potencialidades dos funcionários⁵.
Ainda, outro problema exposto durante o brainstorm tem
relação com a escassez de profissionais contratados, principalmente na área da
fisioterapia. Um estudo de Rotta (⁶) comparou dois grupos
internados em UTI’S de hospitais de grande porte, com quadros de igual
gravidade. Em um desses hospitais, havia disponibilidade de fisioterapeutas
24hrs por dia, enquanto no outro, apenas 12hrs por dia. Constatou-se que, no
hospital com disponibilidade de fisioterapeutas 24hrs por dia, houve um menor
tempo de internação dos pacientes e consequentemente, menores custos com
materiais hospitalares, insumos, etc., impactando tanto na saúde do paciente
quanto no orçamento do hospital.
Uma forma de resolver este problema, pensando não
apenas na fisioterapia, mas em qualquer setor onde seja constatada a falta de
profissionais, seria a criação de comissões que se reunissem regularmente,
apresentando relatórios com dados orçamentários e estatísticos, não apenas
expondo, mas justificando com dados concretos a necessidade da contratação de
mais profissionais, uma vez que a não contratação poderia impactar de forma
negativa na saúde dos pacientes acolhidos.
Tratando-se
de qualidade em assistência, os serviços de saúde são norteados pela Política
Nacional de Humanização (PNH) que defende crucialmente o acolhimento e defesa
de direitos do usuário, pelos profissionais de saúde. Podemos realizar um
paralelo com o que é defendido pelos Parâmetros de Atuação do Serviço Social em
Saúde (⁷), que está intrinsecamente alinhado com a PNH.
Estar articulado e sintonizado ao movimento dos
trabalhadores e de usuários que lutam pela real efetivação do SUS; Conhecer as
condições de vida e trabalho dos usuários, bem como os determinantes sociais
que interferem no processo saúde-doença;
Buscar a necessária atuação em equipe, tendo em vista a
interdisciplinaridade da atenção em saúde; Estimular a intersetorialidade,
tendo em vista realizar ações que fortaleçam a articulação entre as políticas
de seguridade social, superando a fragmentação dos serviços e do atendimento às
necessidades sociais.⁷
Frente ao
exposto, destacamos o conceito de saúde estipulado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) que define “um
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de
afecções e enfermidades”. Conforme aponta a PNH (2013), esta estimula a
atuação profissional com o protagonismo do usuário no processo de cuidados em
saúde, a PNH abrange os gestores, trabalhadores e usuários da saúde, para
construção de iniciativas coletivas que reforcem a participação popular na
tomada de decisões e enfrentamento aos dilemas encontrados em serviços de
saúde.
Contrariando
as práticas desumanizadas que inibem a autonomia e cidadania dos usuários,
sendo assim, destaca-se a corresponsabilidade dos profissionais de saúde para
pactuar a inclusão e acolhimento dos sujeitos, sendo esta a ferramenta
considerada pela PNH como “MOTOR” de transformações, ao estimular o movimento
popular a participar da gestão, levantando questionamentos, com a finalidade da
inclusão como recurso para produzir saúde.
PNH busca transformar as relações de trabalho a partir da
ampliação do grau de contato e da comunicação entre as pessoas e grupos,
tirando-os do isolamento e das relações de poder hierarquizadas.
Transversalizar é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de
saúde podem conversar com a experiência daquele que é assistido. Juntos, esses
saberes podem produzir saúde de forma mais corresponsável.⁸
Portanto é
de extrema relevância considerar as diretrizes da PNH, que direciona que as mudanças
são mais concretas quando constituídas com autonomia e participação coletiva,
em um contexto em que trabalhadores não estão apenas para cumprirem ordens
assim como usuários não são apenas pacientes, diante disto, nota-se a ênfase a
necessidade transformações no reconhecimento do protagonismo de cada um, pois,
a humanização em saúde reconhece e legitima o cidadão de direito, valorizando
sua atuação na produção de saúde e atribuindo visibilidade à experiência destes
sujeitos, incluindo os referidos na tomada de decisões, pela participação nos
espaços coletivos, nos processos de gestão e de programas de saúde, como na
formação em saúde do trabalhador, para estimular possibilidades da formulação
de aprendizado coletivo, o que impacta diretamente na qualidade da assistência
prestada ao usuário/paciente.
1.FERNANDES JL et al. A importância da liderança e da motivação
nas organizações com o gerenciamento de projetos. Rev. Augustus | Rio de
Janeiro | v. 21 | n. 41 | p. 11-24 | jan./jun. 2016.
2.RIBEIRO BCO, SOUZA RG, SILVA RM. A importância da educação continuada e
educação permanente em unidade de terapia intensiva – revisão de literatura.
Rev Inic Cient e Ext. 2019;2(3):167-75.
3.MOREIRA,CM. A.; OLIVEIRA, MI, V. de.;
FILHO, J,G. B.; ALVES, L. L.; BEZERRA, MG. A.; TAVARES, P. G. C. C. Gestão e ambiente de trabalho na visão da
equipe de enfermagem de uma maternidade. Enferm. glob.,Fortaleza, v.10,
n.21, p. 01- 15, 2011.
4.LIMA, F. B.; VELASCO, A. R.; LIMA, A.
B.G.; ALVES, E. A.; SANTOS, P. S. S. R. dos; PASSOS, J. P. Fatores de motivação no trabalho de enfermagem. Rev. pesqui. cuid.
fundam., v. 5. n. 4. p. 417-423, out.-dez. 2013.
5.BEZERRA, F. D.; ANDRADE, M. F. da. C.;
ANDRADE, J. S. de.; VIEIRA, M. J.; PIMENTEl, D. Motivação da equipe e estratégias motivacionais adotadas pelo
enfermeiro. Rev Bras Enferm; São Paulo, vol. 24. n. 4, p. 33-37, jan.-fev.
2009.
6.ROTTA BP et al. Relação entre a disponibilidade de serviços de fisioterapia e custos de
UTI. J Bras Pneumol. 2018;44(3):184-189.
7.CONSELHO
Federal de Serviço Social. Parâmetros
para atuação de assistentes sociais na política de saúde. Brasília, CFESS;
2010.
8.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria
de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS: documento base para
gestores e trabalhadores do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-sangue/693-acoes-e-programas/40038-humanizasus.
Acesso em: 09 Maio 2020.
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