terça-feira, 12 de maio de 2020

Grupo C- Controle de Qualidade relacionados a Assistência


Etapa II – Planejamento e Ideação



Juliana Alves da Silva
Karla Azevedo da Mata
Natali Portela Araújo
Renan Andrade Martini
Rodrigo Souza Pinheiro da Costa
Rosana Sheila Muccillo
Sara Karoline Rodrigues de Sousa.
Silmara Brito dos Santos



Um dos problemas abordados em nosso brainstorm foi o déficit de atualizações dos profissionais de saúde. Sabe-se que uma educação continuada e permanente é muito importante nessa área para ampliar cada vez mais a competência dos mesmos, pois a cada dia surgem conhecimentos, tecnologias e informações novas. Porém, a carga horária exigida pelo ambiente de trabalho pode levar a um contínuo esgotamento físico e psicológico, dificultando a realização de cursos de atualização de qualquer tipo. Outra barreira nítida são os preços elevados dos já mencionados cursos. Problemas como estes poderiam ser solucionados pelos próprios hospitais onde atuam os profissionais, com a realização de cursos, palestras e aulas, além de escalas alternadas onde o profissional fosse liberado uma vez por semana para cursar em ambiente externo, descontos e convênios com institutos de ensino. A partir desta estratégia, ambos os lados seriam beneficiados.¹
 Outro problema citado foi à falta de motivação dos profissionais que estão cada vez mais saturados, dando o melhor de si e não sendo devidamente reconhecidos. Um indivíduo desmotivado pode cometer erros, gerando complicações para si e para aqueles que cuida, ao invés de desempenhar o melhor que tem a oferecer. Um ambiente acolhedor; profissionais qualificados para realizar avaliações psicológicas; reuniões para discutir a comunicação e melhorias do trabalho em equipe; palestras motivacionais; premiações e bonificações; todas estas são estratégias simples de serem implantadas e que poderiam otimizar a atuação profissional de trabalhadores em ambientes hospitalares.²
Segundo Moreira (³) empregados motivados e valorizados pelas suas empresas atraem outros bons e motivados profissionais, são mais comprometidos com os resultados e com a organização do setor, buscam sempre melhores qualificações, são ativos e, acima de tudo, querem o melhor para o seu setor de trabalho, pois sabem que o seu futuro dependerá dos seus esforços.
Para Lima (⁴) ao mesmo tempo em que a falta de motivação tem a possibilidade de causar desestruturação na organização do trabalho da enfermagem, a mesma funciona como uma mola propulsora que impele o homem a buscar uma melhor execução de seu trabalho. Dessa maneira, a motivação é tida como uma ferramenta importante para o desenvolvimento das potencialidades dos funcionários.
Ainda, outro problema exposto durante o brainstorm tem relação com a escassez de profissionais contratados, principalmente na área da fisioterapia. Um estudo de Rotta () comparou dois grupos internados em UTI’S de hospitais de grande porte, com quadros de igual gravidade. Em um desses hospitais, havia disponibilidade de fisioterapeutas 24hrs por dia, enquanto no outro, apenas 12hrs por dia. Constatou-se que, no hospital com disponibilidade de fisioterapeutas 24hrs por dia, houve um menor tempo de internação dos pacientes e consequentemente, menores custos com materiais hospitalares, insumos, etc., impactando tanto na saúde do paciente quanto no orçamento do hospital.
Uma forma de resolver este problema, pensando não apenas na fisioterapia, mas em qualquer setor onde seja constatada a falta de profissionais, seria a criação de comissões que se reunissem regularmente, apresentando relatórios com dados orçamentários e estatísticos, não apenas expondo, mas justificando com dados concretos a necessidade da contratação de mais profissionais, uma vez que a não contratação poderia impactar de forma negativa na saúde dos pacientes acolhidos.
Tratando-se de qualidade em assistência, os serviços de saúde são norteados pela Política Nacional de Humanização (PNH) que defende crucialmente o acolhimento e defesa de direitos do usuário, pelos profissionais de saúde. Podemos realizar um paralelo com o que é defendido pelos Parâmetros de Atuação do Serviço Social em Saúde (), que está intrinsecamente alinhado com a PNH.
Estar articulado e sintonizado ao movimento dos trabalhadores e de usuários que lutam pela real efetivação do SUS; Conhecer as condições de vida e trabalho dos usuários, bem como os determinantes sociais que interferem no processo saúde-doença;  Buscar a necessária atuação em equipe, tendo em vista a interdisciplinaridade da atenção em saúde; Estimular a intersetorialidade, tendo em vista realizar ações que fortaleçam a articulação entre as políticas de seguridade social, superando a fragmentação dos serviços e do atendimento às necessidades sociais.⁷

Frente ao exposto, destacamos o conceito de saúde estipulado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que define “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Conforme aponta a PNH (2013), esta estimula a atuação profissional com o protagonismo do usuário no processo de cuidados em saúde, a PNH abrange os gestores, trabalhadores e usuários da saúde, para construção de iniciativas coletivas que reforcem a participação popular na tomada de decisões e enfrentamento aos dilemas encontrados em serviços de saúde.
Contrariando as práticas desumanizadas que inibem a autonomia e cidadania dos usuários, sendo assim, destaca-se a corresponsabilidade dos profissionais de saúde para pactuar a inclusão e acolhimento dos sujeitos, sendo esta a ferramenta considerada pela PNH como “MOTOR” de transformações, ao estimular o movimento popular a participar da gestão, levantando questionamentos, com a finalidade da inclusão como recurso para produzir saúde.
PNH busca transformar as relações de trabalho a partir da ampliação do grau de contato e da comunicação entre as pessoas e grupos, tirando-os do isolamento e das relações de poder hierarquizadas. Transversalizar é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de saúde podem conversar com a experiência daquele que é assistido. Juntos, esses saberes podem produzir saúde de forma mais corresponsável.⁸
Portanto é de extrema relevância considerar as diretrizes da PNH, que direciona que as mudanças são mais concretas quando constituídas com autonomia e participação coletiva, em um contexto em que trabalhadores não estão apenas para cumprirem ordens assim como usuários não são apenas pacientes, diante disto, nota-se a ênfase a necessidade transformações no reconhecimento do protagonismo de cada um, pois, a humanização em saúde reconhece e legitima o cidadão de direito, valorizando sua atuação na produção de saúde e atribuindo visibilidade à experiência destes sujeitos, incluindo os referidos na tomada de decisões, pela participação nos espaços coletivos, nos processos de gestão e de programas de saúde, como na formação em saúde do trabalhador, para estimular possibilidades da formulação de aprendizado coletivo, o que impacta diretamente na qualidade da assistência prestada ao usuário/paciente.


Referência Bibliográfica
1.FERNANDES JL et al. A importância da liderança e da motivação nas organizações com o gerenciamento de projetos. Rev. Augustus | Rio de Janeiro | v. 21 | n. 41 | p. 11-24 | jan./jun. 2016.

2.RIBEIRO BCO, SOUZA RG, SILVA RM. A importância da educação continuada e educação permanente em unidade de terapia intensiva – revisão de literatura. Rev Inic Cient e Ext. 2019;2(3):167-75.

3.MOREIRA,CM. A.; OLIVEIRA, MI, V. de.; FILHO, J,G. B.; ALVES, L. L.; BEZERRA, MG. A.; TAVARES, P. G. C. C. Gestão e ambiente de trabalho na visão da equipe de enfermagem de uma maternidade. Enferm. glob.,Fortaleza, v.10, n.21, p. 01- 15, 2011.

4.LIMA, F. B.; VELASCO, A. R.; LIMA, A. B.G.; ALVES, E. A.; SANTOS, P. S. S. R. dos; PASSOS, J. P. Fatores de motivação no trabalho de enfermagem. Rev. pesqui. cuid. fundam., v. 5. n. 4. p. 417-423, out.-dez. 2013.

5.BEZERRA, F. D.; ANDRADE, M. F. da. C.; ANDRADE, J. S. de.; VIEIRA, M. J.; PIMENTEl, D. Motivação da equipe e estratégias motivacionais adotadas pelo enfermeiro. Rev Bras Enferm; São Paulo, vol. 24. n. 4, p. 33-37, jan.-fev. 2009.

6.ROTTA BP et al. Relação entre a disponibilidade de serviços de fisioterapia e custos de UTI. J Bras Pneumol. 2018;44(3):184-189.

7.CONSELHO Federal de Serviço Social. Parâmetros para atuação de assistentes sociais na política de saúde. Brasília, CFESS; 2010.

8.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS: documento base para gestores e trabalhadores do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.  Disponível em: https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-sangue/693-acoes-e-programas/40038-humanizasus. Acesso em: 09 Maio 2020.

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