Residencia Multiprofissional em Urgência e Emergência - Serviço Social
quarta-feira, 27 de maio de 2020
Controle de Qualidade relacionados a Assistência - Grupo C
- Juliana Alves da Silva
- Karla Azevedo da Mata
- Natali Portela Araújo
- Renan Andrade Martini
- Rodrigo Souza Pinheiro da Costa
- Rosana Sheila Muccillo
- Sara Karoline Rodrigues de Sousa.
- Silmara Brito dos Santos
Etapa III – Finalização e Resolução
A
motivação deve ser entendida como uma forma de avaliar a saúde mental do
profissional de saúde. A Organização Mundial da
Saúde (OMS), em uso de suas atribuições, constituiu um guia para orientar cuidados
a saúde mental de diversos grupos, incluindo profissionais de saúde. Para os
trabalhadores da saúde, o estresse e a pressão de lidar com o ofício, acrescido
do risco de adoecer, provocam severos problemas de saúde mental, aumentando os
riscos de desenvolver a síndrome de burnout, ansiedade e depressão¹.
A
gestão de pessoas é indeterminada e mostra relações entre as situações,
dependendo de vários aspectos como a estrutura organizacional, a cultura que
existe em cada organização, as características do contexto ambiental, o negócio
da empresa, nesse sentido o autor explica que a Gestão de Pessoas deve tratar
os funcionários como uma das partes fundamentais da empresa, pois são eles que
disponibilizam de seus conhecimentos e habilidades para as decisões e ações a
serem tomadas, dinamizando a organização².
A
motivação não se trata de novos truques ou técnicas superficiais que podem ser
usados para manipular os seres humanos. Trata-se, de um conjunto básico de
valores sendo claramente confrontados por outro sistema de valores mais
moderno, eficiente e verdadeiro, onde as consequências inovadoras da descoberta
de que a natureza humana tem sido realmente desvalorizada, compreende-se que a
desvalorização dos funcionários contribui com sua insatisfação, gerando
conflitos e indisposição na execução das tarefas a serem realizadas gerando
desconforto³.
Palestras motivacionais
são eficazes já que proporcionam um ambiente acolhedor e atinge a autoestima
dos profissionais envolvidos. Podem ser ministradas por colegas da equipe, que
desejam compartilhar suas experiências, bem como, por terceiros. A proposta do
grupo baseia-se em:
·
Proposta de reunião trimestral com a gestão ou com chefia imediata para
levar as problemáticas levantadas que causam desmotivação e propor soluções;
·
Palestras motivacionais ministradas por colegas de trabalho,
compartilhando suas experiências;
·
Entrega de folder contendo frases motivacionais criadas pelos
profissionais de saúde, da instituição.
As vantagens encontradas
nesse plano de ação é o fortalecimento da equipe, como um todo, apreciação pelo
trabalho do colega. A desvantagens seria o custo com a elaboração do folder.
Considerações finais
Enfermagem
Diante do déficit de
desmotivação discorrido no presente trabalho, julgamos que a elaboração do
folder é uma iniciativa dentre inúmeras possibilidades, que levará aos
profissionais a atenção e valorização que cada ser humano necessita em sua jornada.
No ambiente de um serviço de saúde, com grande fluxo de pessoas ou em um
contingente grande de profissionais de enfermagem (principalmente em hospitais)
é fácil sentir-se só mais um dentre a multidão, todavia oferecer a oportunidade
de reflexão e recordação da importância singular do seu trabalho na assistência
à saúde, poderá gerar sentimentos satisfatórios nos profissionais de enfermagem
assim como nos outros profissionais. Do mesmo modo, o impacto alcançara os
profissionais recém-chegados ao serviço de saúde, que ao enfrentarem uma
situação de pandemia somado ao novo cotidiano, poderão sentir-se acolhidos e
motivados no desempenho de suas funções. Ademais, o folder caracteriza-se como
uma via para a motivação profissional, gerando ganhos no desempenho e
engajamento dos profissionais e, consequentemente, melhorando a qualidade da
assistência à saúde.
Farmácia
A ideia do folder é
trazer ao funcionário o acolhimento e fazer com que se sintam bem no novo
ambiente, e que estes profissionais que estão chegando tenham um norte a seguir
na mais nova jornada, que agora está sendo iniciado, trazendo a ideia de que
estes possam trabalhar mais empenhados, e este cenário refletirá positivamente
de forma direta nos resultados.
Fisioterapia
Não importa a área, um
profissional motivado em seu ambiente de trabalho traz benefícios em ambos os
sentidos. Na fisioterapia, esse profissional vai estar mais disposto a lidar
com os seus compromissos, até mesmo em aprender mais ainda algo que goste. Manter-se
atualizado nos cursos como, por exemplo, em ventilação mecânica que é dos
maiores desafios dentro de uma unidade de terapia intensiva para que assim, o
paciente tenha menos complicações e consiga um desmame ventilatório adequado
para ele e tenha uma boa reabilitação de forma geral.
Psicologia
O funcionário motivado
causa grandes e profundas mudanças no local em que trabalha, pois este irá
propor estratégias para melhorar o ambiente de trabalho e, assim, propiciará um
ambiente que permita aos outros funcionários a continuar a efetivar o trabalho
com dedicação e motivação.
Serviço Social
Durante
o desenvolvimento do presente projeto, foi possível estimular rico processo de
aprendizagem frente às possibilidades de discussão e reflexão advindas de múltiplos
saberes de uma equipe multiprofissional, na busca pelo entendimento acerca da
problemática da Qualidade de Assistência.
Dentro
da ótica do Serviço Social, identificamos o impacto da gestão de recursos
humanos em saúde na qualidade de assistência prestada em um serviço de saúde.
Frente
desvalorização e desmotivação dos profissionais de saúde há o entendimento que
os desafios impostos no cotidiano, nos levam a um resgate constante de uma
motivação/direção proposta pelo projeto ético político que orienta o exercício
profissional dos assistentes sociais.
Compromisso com a qualidade na prestação dos serviços,
competência profissional e articulação com outros profissionais e
trabalhadores;
[...]
Articulação com os movimentos de outras categorias
profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral
dos/as trabalhadores/as;
[..]
Articulação com os movimentos de outras categorias
profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral
dos/as trabalhadores/as⁴.
Em
suma entendemos que uma gestão voltada à humanização de atendimento e plano de
carreiras pode valorizar e motivar os profissionais da saúde seja de um serviço
público ou privado, a trabalharem um prol do atendimento de 1ª linha e não
somente a atender estatísticas.
Tratando-se
da manutenção de saúde, temos que prezar pela saúde dos profissionais também,
com ênfase na saúde mental, para isto uma gestão de recursos humanos em saúde
tem que prezar pelo bem-estar de seus funcionários, para gerar reflexo na
qualidade a assistência.
O
Humaniza SUS, aponta alguns problemas enfrentados por trabalhadores na Política
Pública de Saúde e os impactos no cotidiano de atendimento aos usuários:
“[...] a desvalorização dos trabalhadores de saúde, a
expressiva precarização das relações de trabalho o baixo investimento num
processo de educação permanente desses trabalhadores, a pouca participação na
gestão dos serviços e o frágil vínculo com os usuários⁵.
Planos
de carreira são essenciais a fim de estimular a competição saudável entre os
funcionários, a humanização é primordial para sensibilizar estes profissionais
a prestarem um trabalho ético.
Podemos
sugerir com base no Art. 5º do Código de ética do Serviço Social, a contribuição
para a viabilização da participação efetiva da população usuária nas decisões
institucionais, para estimular o diálogo e feedback dos usuários do serviço
quanto a qualidade de assistência fornecida em atendimentos⁶.
Faz-se
necessário uma gestão humanizada dos recursos humanos em saúde, para assim
estimularmos a valorização de cada categoria profissional que compõe as equipes
de saúde, impactando diretamente na qualidade de assistência.
terça-feira, 12 de maio de 2020
Grupo C- Controle de Qualidade relacionados a Assistência
Etapa II – Planejamento e Ideação
Juliana Alves da Silva
Karla Azevedo da Mata
Natali Portela Araújo
Renan Andrade Martini
Rodrigo Souza Pinheiro da Costa
Rosana Sheila Muccillo
Sara Karoline Rodrigues de Sousa.
Silmara Brito dos Santos
Um dos problemas abordados em nosso brainstorm
foi o déficit de atualizações dos profissionais de saúde. Sabe-se que uma
educação continuada e permanente é muito importante nessa área para ampliar
cada vez mais a competência dos mesmos, pois a cada dia surgem conhecimentos,
tecnologias e informações novas. Porém, a carga horária exigida pelo ambiente
de trabalho pode levar a um contínuo esgotamento físico e psicológico,
dificultando a realização de cursos de atualização de qualquer tipo. Outra barreira
nítida são os preços elevados dos já mencionados cursos. Problemas como estes
poderiam ser solucionados pelos próprios hospitais onde atuam os profissionais,
com a realização de cursos, palestras e aulas, além de escalas alternadas onde
o profissional fosse liberado uma vez por semana para cursar em ambiente
externo, descontos e convênios com institutos de ensino. A partir desta
estratégia, ambos os lados seriam beneficiados.¹
Outro problema
citado foi à falta de motivação dos profissionais que estão cada vez mais
saturados, dando o melhor de si e não sendo devidamente reconhecidos. Um
indivíduo desmotivado pode cometer erros, gerando complicações para si e para
aqueles que cuida, ao invés de desempenhar o melhor que tem a oferecer. Um
ambiente acolhedor; profissionais qualificados para realizar avaliações
psicológicas; reuniões para discutir a comunicação e melhorias do trabalho em
equipe; palestras motivacionais; premiações e bonificações; todas estas são
estratégias simples de serem implantadas e que poderiam otimizar a atuação
profissional de trabalhadores em ambientes hospitalares.²
Segundo
Moreira (³) empregados motivados e valorizados pelas suas empresas atraem
outros bons e motivados profissionais, são mais comprometidos com os resultados
e com a organização do setor, buscam sempre melhores qualificações, são ativos
e, acima de tudo, querem o melhor para o seu setor de trabalho, pois sabem que
o seu futuro dependerá dos seus esforços.
Para
Lima (⁴) ao
mesmo tempo em que a falta de motivação tem a possibilidade de causar
desestruturação na organização do trabalho da enfermagem, a mesma funciona como
uma mola propulsora que impele o homem a buscar uma melhor execução de seu
trabalho. Dessa
maneira, a motivação é tida como uma ferramenta importante para o
desenvolvimento das potencialidades dos funcionários⁵.
Ainda, outro problema exposto durante o brainstorm tem
relação com a escassez de profissionais contratados, principalmente na área da
fisioterapia. Um estudo de Rotta (⁶) comparou dois grupos
internados em UTI’S de hospitais de grande porte, com quadros de igual
gravidade. Em um desses hospitais, havia disponibilidade de fisioterapeutas
24hrs por dia, enquanto no outro, apenas 12hrs por dia. Constatou-se que, no
hospital com disponibilidade de fisioterapeutas 24hrs por dia, houve um menor
tempo de internação dos pacientes e consequentemente, menores custos com
materiais hospitalares, insumos, etc., impactando tanto na saúde do paciente
quanto no orçamento do hospital.
Uma forma de resolver este problema, pensando não
apenas na fisioterapia, mas em qualquer setor onde seja constatada a falta de
profissionais, seria a criação de comissões que se reunissem regularmente,
apresentando relatórios com dados orçamentários e estatísticos, não apenas
expondo, mas justificando com dados concretos a necessidade da contratação de
mais profissionais, uma vez que a não contratação poderia impactar de forma
negativa na saúde dos pacientes acolhidos.
Tratando-se
de qualidade em assistência, os serviços de saúde são norteados pela Política
Nacional de Humanização (PNH) que defende crucialmente o acolhimento e defesa
de direitos do usuário, pelos profissionais de saúde. Podemos realizar um
paralelo com o que é defendido pelos Parâmetros de Atuação do Serviço Social em
Saúde (⁷), que está intrinsecamente alinhado com a PNH.
Estar articulado e sintonizado ao movimento dos
trabalhadores e de usuários que lutam pela real efetivação do SUS; Conhecer as
condições de vida e trabalho dos usuários, bem como os determinantes sociais
que interferem no processo saúde-doença;
Buscar a necessária atuação em equipe, tendo em vista a
interdisciplinaridade da atenção em saúde; Estimular a intersetorialidade,
tendo em vista realizar ações que fortaleçam a articulação entre as políticas
de seguridade social, superando a fragmentação dos serviços e do atendimento às
necessidades sociais.⁷
Frente ao
exposto, destacamos o conceito de saúde estipulado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) que define “um
estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de
afecções e enfermidades”. Conforme aponta a PNH (2013), esta estimula a
atuação profissional com o protagonismo do usuário no processo de cuidados em
saúde, a PNH abrange os gestores, trabalhadores e usuários da saúde, para
construção de iniciativas coletivas que reforcem a participação popular na
tomada de decisões e enfrentamento aos dilemas encontrados em serviços de
saúde.
Contrariando
as práticas desumanizadas que inibem a autonomia e cidadania dos usuários,
sendo assim, destaca-se a corresponsabilidade dos profissionais de saúde para
pactuar a inclusão e acolhimento dos sujeitos, sendo esta a ferramenta
considerada pela PNH como “MOTOR” de transformações, ao estimular o movimento
popular a participar da gestão, levantando questionamentos, com a finalidade da
inclusão como recurso para produzir saúde.
PNH busca transformar as relações de trabalho a partir da
ampliação do grau de contato e da comunicação entre as pessoas e grupos,
tirando-os do isolamento e das relações de poder hierarquizadas.
Transversalizar é reconhecer que as diferentes especialidades e práticas de
saúde podem conversar com a experiência daquele que é assistido. Juntos, esses
saberes podem produzir saúde de forma mais corresponsável.⁸
Portanto é
de extrema relevância considerar as diretrizes da PNH, que direciona que as mudanças
são mais concretas quando constituídas com autonomia e participação coletiva,
em um contexto em que trabalhadores não estão apenas para cumprirem ordens
assim como usuários não são apenas pacientes, diante disto, nota-se a ênfase a
necessidade transformações no reconhecimento do protagonismo de cada um, pois,
a humanização em saúde reconhece e legitima o cidadão de direito, valorizando
sua atuação na produção de saúde e atribuindo visibilidade à experiência destes
sujeitos, incluindo os referidos na tomada de decisões, pela participação nos
espaços coletivos, nos processos de gestão e de programas de saúde, como na
formação em saúde do trabalhador, para estimular possibilidades da formulação
de aprendizado coletivo, o que impacta diretamente na qualidade da assistência
prestada ao usuário/paciente.
1.FERNANDES JL et al. A importância da liderança e da motivação
nas organizações com o gerenciamento de projetos. Rev. Augustus | Rio de
Janeiro | v. 21 | n. 41 | p. 11-24 | jan./jun. 2016.
2.RIBEIRO BCO, SOUZA RG, SILVA RM. A importância da educação continuada e
educação permanente em unidade de terapia intensiva – revisão de literatura.
Rev Inic Cient e Ext. 2019;2(3):167-75.
3.MOREIRA,CM. A.; OLIVEIRA, MI, V. de.;
FILHO, J,G. B.; ALVES, L. L.; BEZERRA, MG. A.; TAVARES, P. G. C. C. Gestão e ambiente de trabalho na visão da
equipe de enfermagem de uma maternidade. Enferm. glob.,Fortaleza, v.10,
n.21, p. 01- 15, 2011.
4.LIMA, F. B.; VELASCO, A. R.; LIMA, A.
B.G.; ALVES, E. A.; SANTOS, P. S. S. R. dos; PASSOS, J. P. Fatores de motivação no trabalho de enfermagem. Rev. pesqui. cuid.
fundam., v. 5. n. 4. p. 417-423, out.-dez. 2013.
5.BEZERRA, F. D.; ANDRADE, M. F. da. C.;
ANDRADE, J. S. de.; VIEIRA, M. J.; PIMENTEl, D. Motivação da equipe e estratégias motivacionais adotadas pelo
enfermeiro. Rev Bras Enferm; São Paulo, vol. 24. n. 4, p. 33-37, jan.-fev.
2009.
6.ROTTA BP et al. Relação entre a disponibilidade de serviços de fisioterapia e custos de
UTI. J Bras Pneumol. 2018;44(3):184-189.
7.CONSELHO
Federal de Serviço Social. Parâmetros
para atuação de assistentes sociais na política de saúde. Brasília, CFESS;
2010.
8.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria
de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS: documento base para
gestores e trabalhadores do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-sangue/693-acoes-e-programas/40038-humanizasus.
Acesso em: 09 Maio 2020.
terça-feira, 28 de abril de 2020
Controle
de Qualidade relacionados a Assistência
- Juliana Alves da Silva
- Karla Azevedo da Mata
- Mariana Avelino dos Santos
- Natali Portela Araújo
- Renan Andrade Martini
- Rodrigo Souza Pinheiro da Costa
- Rosana Sheila Muccillo
- Sara Karoline Rodrigues de
Sousa.
- Silmara Brito dos Santos
Com
as mudanças na prestação de serviços e no padrão de comportamento da sociedade,
o cidadão comum passa a exigir qualidade ao consumir serviços e produtos,
deixando de agir de forma passiva e condescendente, ou seja, deixa de ser um
‘paciente’ e passa a ser um ‘cliente’, que sabe, principalmente, sobre seus
direitos e exige que os mesmos sejam cumpridos. Passam a entender que uma
assistência a saúde de qualidade é direito seu, deixando de agradecer pelos cuidados,
de aceitar qualquer tipo de assistência à saúde e passando a cobrar essa
qualidade no atendimento, isso ocorre tanto em serviços privados como em
serviços públicos¹.
Quando
se fala em qualidade na área da saúde é necessário atentar-se ao nível de satisfação
de nossos clientes, as variáveis presentes no ambiente da saúde e seus
prováveis impactos na credibilidade da instituição. Pensando nisso e em um
mercado cada vez mais competitivo, onde há a necessidade da garantia de
resultados positivos, satisfação da clientela associado ao menor custo possível,
podemos entender como uma assistência à saúde de qualidade quando a mesma é
prestada com efetividade, eficiência, equidade, aceitabilidade, acessibilidade
e adequabilidade².
A
qualidade da assistência é algo a ser almejada todos os dias, ao ser realizada
todo e qualquer tipo de atividade voltada à prevenção, promoção e/ou
recuperação da saúde do paciente, a preocupação não deve ser somente com o
‘fazer’, e sim com o ‘fazer bem feito’, fazer de forma correta e adequada¹.
Existem
diversas formas de mensurar a qualidade da assistência a saúde, as mais comuns
são os indicadores utilizados nos serviços de saúde, como por exemplo: de lesão
por pressão (LP), quedas, pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV),
flebite, trombose venosa profunda (TVP), infecção de corrente sanguínea
relacionada a cateter venoso central, infecção urinária relacionada a cateter,
infecção de sítio cirúrgico, reintubação, reinternação em UTI em menos de 24
horas, entre diversos outros indicadores.
Esses
indicadores em muitos serviços de saúde são processados por auditores, que
normalmente são médicos ou enfermeiros com especialização em auditoria, porém
em outros serviços são processados pelo diretor da unidade (médico e, mais
frequentemente, enfermeiro) ou por comissões formadas para verificação desses
dados, como as comissões de óbito, de prontuário, comissão de controle de infecção
hospitalar (CCIH), comissão de feridas, de acessos venosos, entre outras. Todas
essas pessoas são responsáveis por elaborar relatórios demonstrar os dados de
forma quantitativa e qualitativa e apresentarem tanto os dados, quanto os
motivos dos dados serem bons ou ruins e propor soluções para que se possa
solucionar os eventuais problemas encontrados.
Após
o brainstorm, o grupo pode perceber que existem dois problemas principais em
todos os cenários de prática que são inerentes a todas as áreas do grupo, são
eles: recursos humanos insuficientes e
falta de atualização e motivação dos profissionais.
Recursos
humanos insuficientes é a realidade de 100% dos hospitais públicos e de grande
parte dos hospitais privados em todo território nacional. Podemos inferir que
isso ocorre, especialmente no setor público, pela falta de investimento e pela
defasagem no valor do pagamento dos serviços e procedimentos prestados pelo
SUS, além de que com a crise econômica que vem assolando o país a alguns anos,
mais pessoas estão deixando de pagar convênios e migrando para o SUS. Assim a
diminuição de investimento, com o aumento da população que utiliza o SUS,
associada com a quantidade diminuída de profissionais em todas as áreas faz com
que a qualidade na assistência a saúde da população, ao invés de melhorar tem
piorado.
No
que diz respeito à atualização dos profissionais e motivação dos mesmos,
profissionais sobrecarregados de serviço, além de não conseguirem realizar suas
funções com excelência, se sentem cansados, desvalorizados e ao terminar o
horário de trabalho não tem condições físicas e/ou psicológicas de pensar em cursos
de atualização. Além das condições físicas e psicológicas, muito deles não tem
condições financeiras para a realização desses cursos, que além de serem caros,
são ministrados fora do ambiente de trabalho, o que desmotiva ainda mais os
profissionais.
Outro
fator importante no que se refere a motivação dos profissionais, é que quando
os mesmos pedem mudanças, fazem reclamações ou reinvindicações eles não se
sentem ouvidos, pois não tem resposta do que solicitaram, mesmo que a resposta
seja negativa é importante estabelecer a comunicação entre os gestores e os profissionais
da assistência, pois a mesma muda constantemente e o que era tido como regra
pode tornar-se a exceção.
A
seguir, apontamos como esses problemas refletem em cada área de atenção da
equipe multiprofissional.
SERVIÇO
SOCIAL
Como aponta COSTA, no
âmbito das Políticas Sociais Públicas com ênfase a da Saúde, os desafios
enfrentados no cotidiano são diversos decorrentes de uma Política Neoliberal
que trás em seu bojo inserir iniciativa privada em espaços da sociedade, com
redução do papel do Estado, o que contribui a privatizar, precarizar e faz com
que haja uma desatenção com o setor da
saúde, o que reflete no sucateamento dos serviços³.
Tal ação alcança não
apenas a Política de Assistência Social, impacta nas mais diferentes áreas
profissionais, com diminuição de recursos materiais e humanos, prejudicando a
qualidade da prática profissional, em diferentes formas: a redução de recursos
humanos reflete na sobrecarga do serviço e a falta de capacitação dos
profissionais pode precarizar o atendimento, esses são alguns dos fatores que podem refletir em
uma qualidade inferior no cuidado
prestado ao paciente.
Porém, tal conjuntura exige um olhar atento
para que não culpabilizemos os que também são vitimas deste sucateamento.
Assim, tratando-se da qualidade do atendimento, com a ótica profissional do
Serviço Social, observamos uma forte fundamentação jurídica no que tange a
operacionalização da profissão, visando à defesa intransigente dos direitos do
usuário do serviço como apontado por nosso Código de Ética Profissional (1993)
em seu princípio - II, na área da saúde em especifico lidamos com uma
fragilização da saúde que traz consigo um histórico de vulnerabilidade social4.
No
atendimento direto aos usuários, trabalhamos com pessoas fragilizadas que nos
pedem um gesto humano: um olhar, uma palavra, uma escuta atenta, um
acolhimento, para que possam se fortalecer na sua própria humanidade.
(MARTINELLI, 2011,p.498)
Na saúde como em
outros segmentos de atuação profissional, enfrentamos desafios cotidianos que
colocam em cheque a assistência de qualidade com o usuário, seja pelo déficit
de recursos humanos, incompatível com a grande demanda de usuários, falta de
recursos materiais e até mesmo o desconhecimento das atribuições do assistente
social pelos profissionais que compõe a equipe multiprofissional.
A atuação do Serviço
Social está diretamente ligada à qualidade do serviço prestado, pois é através
de uma intervenção crítica e fundamentada com meios necessários que conseguimos
realizar uma analise da situação social dos usuários, a identificação da relação
dos determinantes sociais em consonância ao quadro clinico em que o usuário se
encontra a determinação dos encaminhamentos pertinentes para a garantia da
cidadania e dignidade humana em um momento de fragilização da saúde.
Um dos
princípios fundamentais da atuação profissional, preconizados no Código de
Ética do Assistente Social, anteriormente citado dispõe, o compromisso a
qualidade dos serviços prestados, através do constante aprimoramento
profissional, ou seja, uma atuação profissional atualizada as mudanças
políticas, econômicas, culturais e sociais, assim como no conhecimento
Teórico-metodológico.
FARMÁCIA
No
âmbito da Farmácia Clínica pode ser observado um grande problema quando se
trata de recursos humanos insuficientes, é possível notar falhas em setores que
não possuem cobertura da atuação da prática da
farmácia clínica, tais como: a falta de acompanhamento da terapia
medicamentosa tanto na internação como na alta hospitalar.
Tendo
em vista que o farmacêutico clínico trabalha com a finalidade de prevenção de
problemas e otimização dos resultados da terapia medicamentosa e que, está
incluso nos serviços desse profissional o acompanhamento farmacoterapêutico,
revisão da farmacoterapia, monitorização terapêutica, conciliação de medicamentos,
entre outros, visando sempre melhorar a qualidade da assistência prestada,
promovendo uso seguro e racional de medicamentos⁷
a ausência do serviço deste profissional em diversos setores pode ocasionar
danos irreparáveis à saúde do paciente.
Quando
se trata da falta de atualização pode-se observar o impacto direto no momento
da intervenção farmacêutica, pois profissionais insistem em fazer alguns
procedimentos conforme o que eles acreditam ser o correto, mesmo que o
farmacêutico clínico esteja pautado na literatura com artigos baseados em evidências.
Sendo que ações, como as citadas anteriormente, podem interferir direta e maleficamente
na recuperação da saúde do paciente, casos comuns ocorrem em situações onde não
existem protocolos definidos e pré estabelecidos.
ENFERMAGEM
A
enfermagem é a categoria profissional, com maior número de representantes na
área da saúde, e a única categoria desse setor que permanece 24 horas por dia
ao lado do paciente e é também uma das categorias profissionais que mais sofre
com a falta de recursos humanos que tem se agravado a cada dia. O
dimensionamento de enfermagem na maioria dos serviços de saúde é insuficiente
para suprir a assistência demandada pelos usuários dos serviços, essa situação
se agrava nos setores que cuidam de pacientes de alta complexidade.
O
déficit de recursos humanos afeta todas as etapas dos cuidados de enfermagem
prestado aos pacientes, desempenho das equipes de enfermagem aquém do que é
necessário e preconizado, métodos empregados de forma inadequada, também leva a
sobrecarga de trabalho das equipes de enfermagem, o que pode causar exaustão
física e mental dos profissionais, bem como ao risco de desenvolvimento da
síndrome de Burnout, esses fatores juntamente com outros levam a diminuição na
qualidade da assistência à saúde. Mediante este cenário, os gestores de
enfermagem realizam, inevitavelmente, manobras para tentar adequar o quadro de
profissionais com a demanda diariamente apresentada⁸.
A
falta de recursos humanos na enfermagem também contribui para o segundo
problema levantado: a desmotivação e falta de atualização dos profissionais de
enfermagem. Dentre os enfermeiros, a falta de autonomia é algo cotidiano,
levando-o a realizar ações que são fruto de ordens e não do seu melhor julgamento
clínico. A remuneração insatisfatória e falta de condições de trabalho também
contribui para a desmotivação, a defasagem do salário da equipe de enfermagem é
uma situação antiga e parece que ainda irá perdurar durante mais tempo. Soma-se
a isso a dificuldade no relacionamento interpessoal, que muitas vezes se torna
conflitante, o que causa sofrimento emocional constante durante o trabalho. Ou
seja, a desmotivação pode gerar negação do papel do profissional na assistência
de enfermagem e subsequente negligência na busca da atualização científica do
próprio profissional⁹.
É
sabido que nas instituições de saúde há uma defasagem na prática de atualização
dos profissionais da enfermagem pelo setor de educação permanente, o que é uma
obrigação da instituição de saúde e também uma política pública do governo
federal há alguns anos. A educação permanente deve ser realizada,
prioritariamente, no horário de trabalho e os temas principais devem ser
retirados da vivência de cada setor. Essa prática se torna cada vez mais
difícil visto que em muitos serviços de saúde não há uma equipe ou um enfermeiro
responsável por coletar esses dados e organizar esses treinamentos, além disso
a defasagem de recursos humanos impossibilita que os profissionais da
enfermagem se ausentem do setor para essas atualizações durante o horário de
trabalho, sem causar mais prejuízos a qualidade da assistência prestada aos
pacientes.
Percebe-se
contexto semelhante em nossos cenários de prática, pois como residentes de
enfermagem atuamos em diferentes setores e locais dos serviços de saúde. A
falta de recursos humanos e a sobrecarga da equipe de enfermagem, faz com que
enfermeiros designados a preencher alguns instrumentos e indicadores da
qualidade da assistência, preencham de forma rápida, sem o uso do raciocínio
clínico e dos dados necessários para a fidedignidade da informação que o
indicador deve apresentar. Da mesma forma, os indicadores são, muitas vezes,
preenchidos incorretamente pela falta de conhecimento do profissional
executante. O mesmo problema ocorre
quando alguns indicadores são designados a empresas terceirizadas, forçando a
enfermeira “terceirizada” responsável a dar prioridades ao preenchimento de
alguns indicadores e negligenciar outros.
O
problema da falta de recursos humanos também vem a afetar os residentes nos
cenários de prática, pois alguns profissionais tem a visão de que somos
“estagiários” e/ou “mão de obra” ao invés de profissionais aprendendo em
serviço, essa situação se agrava, pois, muitas vezes esses profissionais não
são orientados corretamente sobre o que é um “residente”.
Há
de se relatar a vivencia de alguns residentes de enfermagem no qual são
designados a fazer avaliação e posterior preenchimento do instrumento do
Programa de Prevenção de Infecção de Corrente Sanguínea Relacionada à Cateteres
Venosos Centrais, sem obterem prévia instrução e educação gerando com isso
dúvidas e até erros na coleta dos dados e assim erros nas informações que esse
indicador apresenta.
FISIOTERAPIA
Podemos relacionar os problemas citados com questões
frequentes no campo de prática, como a falta de profissionais nos plantões
noturnos e fins de semana. Esse desfalque na equipe multiprofissional muitas
vezes leva parte da equipe a realizar procedimentos desnecessários, como
reintubações que só ocorrem porque o paciente foi extubado no momento inadequado,
sem avaliar e seguir à risca os critérios necessários para tal, ou até mesmo
alterações dos modos ventilatórios por profissionais não habilitados, o que
dificulta e acaba impedindo o processo de extubação.
Neste cenário, a fisioterapia poderia contribuir de
maneira expressiva, evitando esse tipo de erro, ou ainda, algo que acontece com
frequência no dia a dia da prática hospitalar é o seguinte: no final do plantão
diurno, o paciente encontra-se em processo de desmame de O2, estando
com 2L/min, ou até mesmo 1L/min e durante o plantão noturno, o paciente
apresenta desconforto respiratório, porém, um desconforto que poderia ser
resolvido com elevação de decúbito, com manobras de re-expansão e com uma série
de técnicas para as quais os fisioterapeutas são plenamente habilitados e
treinados, porém por não ter fisioterapeuta os outros profissionais da equipe
multiprofissional aumentam a oferta de O2 para o paciente.
Então no início do próximo plantão diurno, o
paciente encontra-se em oxigenoterapia com 12L/min, 15L/min ou até em intubação
orotraqueal em alguns casos, de maneira completamente não só desnecessária, mas
perigosa, uma vez que o oxigênio pode ser tóxico quando usado em altas
quantidades.
REFERÊNCIAS
1. BARBOSA, LR; MELO, MRAC. Relações entre qualidade da assistência de
enfermagem: revisão integrativa da literatura. Revista Brasileira de
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2. CAMELO,
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de enfermagem e a qualidade da assistência à saúde: uma revisão da literatura.
Revista. Eletrônica de Enfermagem. 2009; 11(4): 1018-25.
3. COSTA, CMOS. A Prática Profissional dos Assistentes
Sociais Diante da Política Neoliberal – Desafios e Perspectivas. IV Jornada
internacional de Políticas Públicas Neoliberalismo e Lutas Sociais: Perspectivas
para as Políticas Públicas. 2009. Universidade Federal do Maranhão. Disponível
em: http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIV/%C3%8DNDICE%20EIXO%20TRABALHO.htm
4. CONSELHO
Federal de Serviço Social. Código de
ética do assistente social. Brasília, CFESS; 2011.
5. MARTINELLI,
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contextos hospitalares: desafios cotidianos. Serviço Social & Sociedade. 2011; 107: 497-508.
6. CONSELHO
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para atuação de assistentes sociais na política de saúde. Brasília, CFESS;
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7. COSTA, CGR. Papel da intervenção farmacêutica na evolução
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quarta-feira, 1 de abril de 2020
Caso 02 - Residência Multiprofissional em Saúde – R1
Caso 02 - Residência Multiprofissional em Saúde – R1 Professora Raquel Motta - UNISA
Observação: O caso a seguir foi acompanhado durante estágio na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal no mês de Março de 2020.
O programa de Residencia Multiprofissional é em Urgência e Emergência, porém para entender todo o contexto de atendimento hospitalar, os residentes são dispostos em rodizio pelas clinicas do hospital antes de atuar na área de concentração do programa.
APRESENTAÇÃO DO CASO
UTI NEONATAL
- RN nascido
em Dezembro - 112 dias de internação - CID : P07.3
HD
RNTP
AIG MBP
SDR 1
dose surfactante
Mãe sem pré-natal
Hipoglecemia
SS:
FOP
Sepse
Tardia
UCR:
Stafilo Haemolyticus
UCR:
Candida Parapleosis
Convulsão
Plaquetopenia
Extubação
Atelectasia
- Ao trabalhar em âmbito hospitalar é de suma importância conhecer os
termos técnicos utilizados pela equipe médica/enfermagem. Para o exercício
profissional com mais autonomia e conhecimento técnico, isso vale para
toda a equipe multiprofissional de saúde.
- Tratando-se de clinicas varias, como pediatria, maternidade,
saúde mental, ortopedia, cardiologia e etc, há o uso de distintas
terminologias. Conhece-las é de suma importância!
GLOSSÁRIO
RN: Recém Nascido
CID: Código Internacional de Doenças
CID: Código Internacional de Doenças
HD: Hipótese Diagnóstica
RNTP: Recém-nascido
pré-termo ( menos de 37 semanas)
AIG: Adequado
para a idade gestacional
MBP: Muito baixo
peso
SDR 1 dose surfactante: Síndrome do
Desconforto Respiratório
Mãe sem pré-natal
Hipoglicemia:
SS: FOP: sopro
sistólico em foco pulmonar (sopro cardíaco)
Sepse Tardia: Infecção
bacteriana após 7 dias de nascido
UCR: Unidade de
Calor Radiante
- Stafilo Haemolyticus
- Candida Parapleosis
Convulsão: atividade
elétrica anormal do cérebro
Plaquetopenia: Baixo número
de plaquetas
Extubação: retirada da
via aérea artifical
Atelectasia: Colapso
completo ou parcial de um pulmão, ou da seção do pulmão.
Agora que as terminologias já tiveram suas definições elencadas, podemos
entender com clareza a hipótese diagnóstica do paciente, que neste caso é um
RN.
CONTINUIDADE DA APRESENTAÇÃO DO CASO:
O RN prematuro, nasceu com menos de 1kg
e ficou internado por 112 dias na UTI Neonatal, foi solicitada a intervenção do
Serviço Social pois constava em prontuário que a genitora não havia realizado
pré-natal, não comparecia regularmente nas visitas médicas referentes ao estado
clínico do RN e havia a suspeita de etilismo.
O Serviço Social realizou
atendimentos com a genitora e sua família para identificar quaisquer riscos
sociais que apresentassem risco para o RN.
Em atrevista social com a genitora, a mesma mostrou-se nervosa e usou respostas evasivas quando questionada sobre a dinâmica
familiar. A genitora relatou que possuía o ensino
fundamental incompleto, trabalhava com reciclagem e estava morando com o
genitor do RN há três meses. Tem mais quatro filhos menores de doze anos de
outro relacionamento. Beneficiária do Bolsa Família, relatou que os filhos
realizavam acompanhamento regular em UBS de referência e estavam matriculados
em unidade de ensino.
Questionada quanto ao pré-natal, a referida
mencionou que não realizou o acompanhamento médico durante a gestação por falta
de tempo. Realizamos orientação quanto a
importância do pré-natal para acompanhar a saúde da mãe e do bebê durante o
período gestacional. Não soube informar o seu endereço atual e nem o nome
completo do companheiro.
Questionada quanto aos motivos de não
estar acompanhando o RN, pela sua ausência durante o período da visita médica,
a genitora relatou que estava trabalhando, teria que tomar conta dos filhos e
leva-los na escolas e também não possuía recursos financeiros para pagar as
passagens de ônibus.
Negou o uso de álcool e outras drogas
por ela e pelo genitor do RN.
Diante o exposto solicitamos a presença
da avó materna e do genitor do RN, para melhor compreensão da dinâmica familiar
e possibilidade de ser ofertado pela família auxilio e suporte a genitora e ao
RN.
A avó materna não compareceu na data
agendada por intermédio da genitora.
Porém tivemos a presença a avó paterna do RN de forma espontânea. A avó paterna referiu que conheceu a genitora após o nascimento do RN, verbalizou que não poderia responder por outras pessoas e queria o melhor para o neto. Mencionou que trabalhava em horário comercial e auxiliava financeiramente a genitora para visitar o RN, residia no mesmo quintal que os genitores. Relatou que auxiliava nos cuidados dos filhos da nora e que os mesmos eram bem cuidados e frequentavam a escola, enquanto a genitora trabalhava em uma cooperativa de reciclagem. Citou que desconhecia o uso de drogas pela genitora, porém mencionou que o genitor do RN realizou uso de drogas em 2016. Diante ao exposto solicitamos a presença da avó materna e do genitor do RN, em entrevista social agendada previamente.
Porém tivemos a presença a avó paterna do RN de forma espontânea. A avó paterna referiu que conheceu a genitora após o nascimento do RN, verbalizou que não poderia responder por outras pessoas e queria o melhor para o neto. Mencionou que trabalhava em horário comercial e auxiliava financeiramente a genitora para visitar o RN, residia no mesmo quintal que os genitores. Relatou que auxiliava nos cuidados dos filhos da nora e que os mesmos eram bem cuidados e frequentavam a escola, enquanto a genitora trabalhava em uma cooperativa de reciclagem. Citou que desconhecia o uso de drogas pela genitora, porém mencionou que o genitor do RN realizou uso de drogas em 2016. Diante ao exposto solicitamos a presença da avó materna e do genitor do RN, em entrevista social agendada previamente.
Recebemos a avó materna do RN, citou que também trabalhava em horário
comercial e afirmou que os netos residiam com ela desde o nascimento do RN. Referente
ao pré-natal que a genitora neglicenciou, a avó materna afirma que não entende
a importância do acompanhamento, já que ela própria teve oito gestações e nunca
realizou pré-natal. Afirma que a genitora não faz uso de drogas, mas refere que não pode
responder pelo genitor do RN. Verbaliza que a genitora não está trabalhando,
justamente para acompanhar o RN durante internação. Relata que os filhos da genitora estão faltando na escola e por este
motivo o Bolsa Familia pode ser cancelado. A avó materna refere seu filho mais
novo de 25 anos, exerce o cuidado com os irmão do RN, enquanto ela está
trabalhando e a genitora acompanhando o RN no hospital.
Realizamos contato com o Conselho
Tutelar, foi informado a existência
de um processo judicial em andamento referente aos filhos da genitora, e que os
mesmos foram encaminhados para um abrigo. O conselheiro se dispôs a realizar
visita domiciliar a família e retornaria o contato.
Também contatamos a Unidade Básica de
Saúde, foi informado que não havia registro
de atendimentos dos filhos da genitora, e que havia somente dois registros de
atendimento da referida em 2016 e 2019, sendo o ultimo uma consulta em que a
mesma não compareceu.
Em novo contato com o Conselho Tutelar
após a realização de visita domiciliar, foi informado que um dos filhos da
genitora não estavam em acolhimento institucional e estavam sob a guarda da
referida, um de seus filhos não estava matriculado na rede de ensino, o local
de moradia não era adequado para receber um bebê e tampouco as outras crianças,
e não havia quem exercesse de fato os cuidados com estas crianças.
Diante ao exposto, foi enviado
notificação formal para o Conselho Tutelar e Unidade Básica de Saúde, para o
acompanhamento da família. E enviamos relatório social para a Vara da Infância
e Juventude, em virtude da família apresentar dificuldades no que se refere aos
cuidados das crianças.
Entendemos que a genitora não estava
cumprindo as orientações da rede socioassistencial, seus filhos estavam sem
acompanhamento de saúde e não possuíam um responsável que exercesse os cuidados
de forma integral.
A genitora esteve ciente da realização
dos encaminhamentos para os devidos serviços.
Recebemos a decisão judicial favorável
à transferência do RN para unidade de acolhimento, quando este esteja de
alta-médica hospitalar.
A genitora foi contatada sobre a decisão judicial.
A genitora foi contatada sobre a decisão judicial.
DISCUSSÃO DO CASO:
Conforme dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente:
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.
Durante o acompanhamento da família do
RN, foi constatado risco social no que tange aos cuidados das crianças, por
esta razão foi acionada a VIJ - Vara da Infância de Juventude, justamente para
a preservação dos direitos do RN.
O serviço
acolhimento institucional, previsto pela Política de Assistência Social,
configura-se como mais uma opção de proteção à criança e adolescente, cujo
objetivo é a reintegração familiar e reduzir a reincidências das situações de
risco, de modo que busca atuar no sentido de preservar a vida em família. (CARDOSO,
2017, p.2).
Concernente ao paciente, independente que seja adulto ou criança, observa-se a importância do respaldo familiar para a efetivação de cuidados, referentes á saúde e proteção social. Neste caso foi constatado através de escuta qualificada e contato com a rede, a ausencia de um respaldo familiar efetivo que garantisse o bem estar do par mãe-bebê, por esta razão a rede de recursos socioassistenciais foi acionados para realizar o acompanhamento familiar e para que os direitos do RN fossem preservados conforme dispõe o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente.
Dicas de Leitura (clique no link)!
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